Filosofia que caiu no ENEM
Filosofia
que caiu no ENEM 2018
Recentemente ocorreu a prova do ENEM
(Exame Nacional do Ensino Médio) e mais uma vez se observa a importância da
Filosofia na prova, esta inserida na área “Ciências Humanas e Suas Tecnologias”,
de tal modo que se observa em torno de oito a dez questões diretas sobre
pensadores, isso sem falar em outras onde se vê argumentos filosóficos ou
sociológicos. Os temas abordados
variaram, e mais uma vez se notou o forte enfoque na cidadania do candidato,
assim como conhecimentos constitucionais e de direitos. Mas vamos à prova,
sendo que o caderno que conferi foi o azul.
Na questão
de número 49, se tratou de Merleu-Ponty, citando a obra “Elogio da Filosofia”,
sendo esta de nível elevado de dificuldade, apesar do cabeçalho da questão já
oferecer a pista da resposta. A questão mostra a ambiguidade e a alternância
que o filósofo passa da ignorância ao saber e vice-versa, sendo a resposta o
questionamento do filósofo e rigor da investigação. Já na questão 51, tratou-se
do pensador da escolástica, Tomás de Aquino, também santo. Esta tratava sobre
Deus e da sua prova racional de existência. Desta forma, a resposta se tratava
obviamente de sustentar racionalmente a doutrina da fé. Como muitas questões,
essas que comentamos até agora, se tratam de uma boa análise e interpretação do
candidato, já encontrando a alternativa também por eliminação de outras opções.
Já na questão de número 52, ajuntaram dois pensadores do contratualismo, o
Thomas Hobbes e o Jean Jacques Rousseau, mostrando sua oposição em tema de se o
homem é naturalmente bom, ou se este é lobo do outro homem, seu inimigo. A pergunta sobre a igualdade do
homem e a resposta estava em sua condição original, uma vez que as outras
alternativas se podia eliminar pelo óbvio. Esses pensadores contratualistas são
essenciais a se entender o tema do Estado e do governo, uma vez que temos um
contrato social onde exercemos assim direitos e deveres, e renunciamos a nossa
vingança privada pela força da lei. Já na questão 79 se falou de Epicuro, que
muitas vezes é excessivamente ligado ao hedonismo, ao prazer, quando ele trata
também de virtudes e de um modo de vida. Justamente se questionou com a frase
“A quem não basta pouco, nada basta”, sendo a resposta uma virtude relacionada,
a qual estava na letra c, temperança, que significa a moderação. Já em questão
83, se perguntou sobre Agostinho de Hipona, com o questionamento sobre o que
Deus fazia antes da criação, de tal modo que a resposta estava no próprio
questionamento, na compreensão humana, uma vez que a alternativa mais próxima,
da ética, não era bem o abordado. Ademais,
na questão de número 90, se usou o pensador político Norberto Bobbio, este
citando o positivista Hans Kelsen e as eleições, onde cada pessoa tem o poder.
Por óbvio a resposta seria na importância do indivíduo na sociedade.
No geral se
percebeu no ENEM ainda questionamentos sobre leis antigas, como a que se
referia à medicina popular, ou outra que tratava do hino nacional, onde se tem
o tema gramatical de tom protocolar. Fato é que no geral o exame manteve bom
padrão, e fora a polêmica com a questão sobre linguagem de travestis, bem como
a redação sendo sobre Internet e manipulação de dados, o que não bem avalia
conhecimento escolar, mesmo assim se manteve um exame bem feito. A filosofia
mais uma vez mostrou grande importância na prova, seja diretamente ou
indiretamente.
Comentários
Postar um comentário